top of page

Personagens autistas ou "autistic coded" e meu processo de autodiagnóstico


Ontem começou o mês de conscientização do espectro autista, então eu gostaria de fazer uma postagem sobre o assunto. Começarei dizendo que eu não tenho diagnóstico como autista, mas que eu estou conversando com a minha terapeuta sobre o assunto (por agora, analisando o manual diagnóstico). Como eu me sinto inseguro dissertando sobre o assunto por algumas razões, a postagem de hoje listará personagens que são canonicamente autistas ou são lidos como autistas por fãs com os quais eu, em algum momento, me identifiquei e me fizeram refletir sobre neurodivergência e levar essa questão à terapia.

Então, vamos lá: vou começar por Ty Blackthorn, personagem da trilogia "Os Artifícios das Trevas", escrita por Cassandra Clare, e que é canonicamente autista. Lembro-me de ler os livros e me identificar com vários aspectos do personagem, tal como sua relação com interações sociais, interesses, além de desconfortos que tinha como a sensibilidade auditiva e à exposição ao sol.

O segundo que citarei é Lan Wangji, personagem de "Mo Dao Zu Shi", da autora chinesa Mo Xiang Tong Xiu. Desde que entrei em contato com a obra pela primeira vez, me identifiquei intensamente com Lan Wangji; um dia, vi em alguma rede social algo sobre ele provavelmente ser autista, o que fez com que eu parasse para considerar a possibilidade desse diagnóstico. Não foi a primeira nem seria a última vez que algo do gênero aconteceu, o que foi uma das principais razões para eu começar a pesquisar sobre autismo, pedir a opinião de amigos autistas e levar a questão para terapia.



Os próximos são Aristóteles Mendoza e Dante Quintana, de "Aristóteles e Dante descobrem os segredos do universo". Eles fizeram parte o desenvolvimento pessoal da minha identidade, tanto a minha aceitação como lésbica, quanto a minha jornada por... bem, gênero, até descobrir um ou mais rótulos com os quais eu me sinto confortável. Apesar desses headcanons não serem famosos, o livro me ajudou a identificar vários aspectos e hábitos meus que fazem parte da minha terapia atualmente por poderem ser ligados ao espectro, como o desconforto de Dante em relação ao uso de sapatos, que compartilho, as questões de Ari com comunicação e verbalização, entre outros.

Também gostaria de citar Charlie Spring, do webcomic "Heartstopper", de Alice Oseman, que tem dificuldades com interações sociais, toca bateria, que pode ser uma atividade vista como forma de stimming, por ser estimulatória tanto pelo som quanto pelas vibrações, além de ter transtorno alimentar, que, apesar de não ser mandatório (até onde eu sei, não existem características mandatórias no espectro autista), é comum entre pessoas que fazem parte do espectro.


E, por último, Simon Snow, de "Carry On" (e sua sequência, "Wayward Son"). Ele tem dificuldades em "ler" situações e comportamentos sociais, além de seus próprios poderes serem uma metáfora do autismo, por ser algo que "explode" quando ele está sobrecarregado e não consegue controlá-los, o que também pode ser relacionado com os próprios pensamentos do Simon, que são eloquentes e complexos, mas que não se traduzem da mesma forma em seus diálogos.

Por hoje, é só! Eu queria fazer uma introdução ao assunto, mas não sou especialista no assunto, nem tenho meu próprio diagnóstico (mas tenho insegurança gigantesca para falar sobre, por medo de ser um impostor, mas não dissertarei sobre minhas questões emocionais aqui, já que não é o espaço para isso), mas estou aberto para aprender mais. Além disso, tentarei incluir leituras OwnVoices de autores autistas na minha TBR do mês e trarei minhas reflexões sobre isso para cá. Agora, tchau, até semana que vem e aproveitem a páscoa!


0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page