Minha reação inicial ao Grammy foi, com certeza, sair pulando pela casa porque "folklore", da Taylor Swift ganhou o prêmio de álbum do ano. Mas depois desse surto inicial, eu pensei em falar sobre os premiados aqui no blog.
Vamos começar por "everything i wanted", de Billie Eilish, que ganhou o prêmio de gravação do ano. A escolhida para essa música é Bia, do livro "Sob o céu de Vagalumes", escrito pela Victoria Mendes: ela é uma personagem triste mas também aparentemente calma e sutil, como as músicas da Billie Eilish (pelo menos, é a impressão que tenho: apesar de envolverem desespero, violência ou outra temática "pesada", pela falta de uma palavra melhor, elas sempre parecem ser cantadas com um certo grau de conformidade).
Agora, para o álbum do ano recebido por "folklore", da Taylor Swift, pelo qual comemorei com mais fervor: não tenho dúvidas ao citar Evelyn e Celia, do livro "Os sete maridos de Evelyn Hugo", escrito por Taylor Jenkins Reid, nessa categoria. Noventa porcento das músicas da Taylor Swift parecem ter sido escritas como trilha sonora desse livro, então foram essas duas que imediatamente me ocorreram ao considerar isso. Mas, porém, entretanto, preciso citar Red e Blue, de "É assim que se perde a guerra do tempo" aqui. Li o livro ao som do ganhador do prêmio (totalmente merecido!) e não pude evitar pensar nelas quase ao mesmo tempo que pensei no casal de atrizes de Hollywood citado anteriormente.
"I can't breathe", de H.E.R., vencedora do prêmio de música do ano, foi escrita como uma homenagem ao movimento Black Lives Matter, seu título sendo a última frase de George Floyd ao ser assassinado pela polícia em um dos muitos casos de violência policial não apenas nos Estados Unidos, mas no mundo todo. Não escolherei um personagem para essa categoria, mas deixarei a recomendação da antologia "Our Stories, Our Voices", que junta vinte e uma autoras do gênero jovem adulto que são estadunidenses e já viviam no país na época da eleição de Trump em 2016. Apesar do tema em comum das histórias ser a experiência de misoginia, ainda tem muitas autoras não brancas que dissertam sobre o modo que experienciaram o racismo nos Estados Unidos e a eleição de Trump. Em um tom menos doloroso, mas que ainda trata de assuntos sérios, recomendo "Espere até me ver de coroa", da Leah Johnson, com o protagonismo de Liz, uma adolescente negra e sáfica que está concorrendo à rainha do baile de formatura por precisar do dinheiro do prêmio para sua faculdade dos sonhos.
Já quem eu acho que combina com Megan Thee Stallion, ganhadora do prêmio de artista revelação, será Cecília, do livro "A noite cai", escrito por Camila Cerdeira. Certamente consigo imaginá-la dançando pela casa ao som da rapper e tentando convencer a irmã e o namorado a se juntarem a ela.
Sobre meu escolhido para o álbum "Future Nostalgia", da Dua Lipa, que foi julgado o melhor álbum pop do ano, eu não sei direito justificar: "Joquempô", escrito por Marta Vasconcelos. Para mim, o livro teve uma vibe pop; além disso, foi um livro que eu curti, mas não amei, o que também pode descrever como me sinto em relação às músicas da Dua Lipa, com algumas poucas exceções. Sou neutro.
A música vencedora do prêmio de melhor performance pop solo foi "Watermelon Sugar", de Harry Styles, e o livro que me veio à mente foi "Deu match!", de Cris Soares. Ambos têm tudo para serem maravilhosos, mas, por alguma razão, não foram exatamente meu estilo. Mas não são ruins, então eu recomendo que vocês leiam (ou, no caso, ouçam) o trabalho para formarem suas próprias opiniões. Talvez eu seja um pouco rígido demais.
Eu queria manter os livros citados nessa postagem não muito famosos e mainstream, mas depois de ouvir a música ganhadora de melhor performance pop em duo ou grupo ("Rain on Me", uma parceria entre Lady Gaga e Ariana Grande), não consegui pensar em mais nenhum livro ou personagem sem ser Isabelle Lightwood, da série "Instrumentos Mortais", escrita por Cassandra Clare.
Como já estamos no tema de eu não conseguir manter o que planejei, falaremos agora do ganhador do prêmio melhor álbum de rap, "King's Disease", de Nas. O que eu não planejava era repetir livros e personagens nessa postagem, mas novamente, citarei Liz, do livro "Espere até me ver de coroa". Entretanto, também citarei Julian Roger, de "Quem matou capitão Gancho?", escrito por Anna Anchieta, e Emyr, um dos protagonistas e interesse romântico de "The Witch King", por H.E. Edgmon.
Claro, tiveram outras categorias, mas essa postagem ficaria muito longa caso eu incluísse todas aqui, então deixem-me saber se vocês querem uma parte dois nos comentários ou curtindo a publicação!
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