Em homenagem ao dia dos namorados, a postagem de hoje vai ser recheada de personagens, relacionamentos e indicações de livros: hoje, irei relacioná-los a cada uma das palavras gregas para 'amor', que são sete no total.
EROS
Significa amor relacionado à paixão e ao desejo; a origem da palavra é do deus grego da paixão e da fertilidade, filho de Afrodite e Ares. Pode ser visto como um tipo de amor perigoso, por ser várias vezes irracional e intenso. Para essa categoria, minha indicação será "These Violent Delights", escrito por Chloe Gong. Nessa releitura de Romeu e Julieta, temos o casal que protagoniza a narrativa e a sensação que temos ao ler é de que ambos transbordam paixão e intensidade. Todos os aspectos desse livro pedem por uma associação com o filho da deusa do amor com o deus da guerra e não sou eu que direi não.
PHILIA
O significado moderno de "philia" é de amizade próxima, que é o motivo da minha representação para o conceito ser Evelyn e Harry, de "Os sete maridos de Evelyn Hugo", escrito por Taylor Jenkins Reid. Entretanto, "philia" também foi usada para amantes no passado: Penélope é referida como a "kouridios philos" (esposa legítima) de Odisseu e o outro exemplo que eu trago aqui é Aquiles se referindo a Pátroclo como "poly philtatos", que pode ser traduzido como "o mais amado". Então, eu também incluirei aqui "A canção de Aquiles", escrito por Madeline Miller, uma interpretação da Guerra de Troia sob o ponto de vista de Pátroclo.
LUDUS
Esse tipo de amor tem um tom de diversão e provocação: pode incluir flertes, danças, sedução entre outras atividades que não envolvam um comprometimento, como várias vezes acontecem em laços de afetividade como namoro e casamento. Aqui, meu exemplo será Alex Fierro e Magnus Chase, da trilogia "Magnus Chase e os deuses de Asgard", escrita por Rick Riordan. Apesar de eu pessoalmente vê-los 'migrando' para outro tipo de relacionamento/afeto posteriormente, escolhi me ater a fatos canônicos nessa postagem. Em momento algum Alex e Magnus rotulam seu relacionamento, o que não faz deles menos "explícitos". Em vários momentos da série, os dois flertam um com o outro e (spoiler?) se beijam em... um momento. Não vou estragar ainda mais a experiência dando mais spoilers sobre quando, como e onde.
STORGE
Amor familiar e incondicional. Meu primeiro pensamento ao considerar esse tipo de amor foi a família Blackthorn, especificamente Julian, Drusilla, Ty, Mark, Helen, Livvy e Tavvy, que protagonizam a trilogia "Os Artifícios das Trevas", escrita por Cassandra Clare. Mas considerei a questão um pouco mais, por não ser exatamente... fã da autora, tendo várias críticas em relação a ela. "Shadowhunters Chronicles" é um dos meus guilty pleasures. Por isso, após refletir por um tempo, decidi que quem representaria o amor "storge" seriam Katniss e Primrose, personagens de "Jogos Vorazes", trilogia escrita por Suzanne Collins.
PHILAUTIA
É o amor próprio. Nesse caso, pode haver uma subdivisão: uma versão não saudável, o narcisismo, geralmente ligada à obsessão e foco em questões como fama e dinheiro; e a versão mais saudável, que é estarmos satisfeitos com o que somos, como parecemos etc. E aqui eu vou admitir que eu tive muita dificuldade em pensar em exemplos para esse conceito. Pensei na Hermione, de "Harry Potter", mas eu me lembro de questões dela em relação à própria aparência; pensei na Lúcia, da série "As crônicas de Nárnia", mas lembrei das inseguranças dela quando se comparava com a Susana. Depois, pensei em Elizabeth Bennet, de "Orgulho e Preconceito" e Leslie Burke, de "Ponte para Terabítia", escritos por Jane Austen e Katherine Paterson respectivamente. Desde então, eu venho me perguntando como eu entendo amor próprio e a razão por trás de tamanha dificuldade em encontrar exemplos e gostaria de convidar você, leitor do blog, para essa reflexão e adoraria saber das suas conclusões a partir disso. O mais próximo de uma que cheguei foi que prefiro quando obras abordam as inseguranças, frustrações e "erros" dos personagens, fazendo com que personagens que amam a si próprios menos interessantes para mim, mas tenho a sensação de que não é apenas isso.
PRAGMA
Esse tipo de amor envolve cometimento, sendo ele companheiro e presente; ele é comum em relacionamentos de longa data, por não ter a ver com se apaixonar, mas sim com o esforço de manter o amor vivo na relação, indo além da paixão, que pode acabar demasiadamente rápido. Nesse caso, serei obrigado a citar Cassandra Clare com Will, Tessa e Jem, de "As Peças Infernais". Eles passam o resto de suas vidas ao lado de Tessa (e um do outro também, porque eu me recuso que eles não são canonicamente um trisal, então pra mim eles são, sim, e ponto final) e são um dos maiores exemplos de cometimento e companheirismo, pelo menos para mim.
AGAPE
É o amor empático e universal; também pode ser referido como caridade, e pode ser dirigido à família ou a completos estranhos. Geralmente, esse tipo de amor está presente nos protagonistas de sagas de aventura, como Harry Potter, Frodo, Percy Jackson, entre outros, já que há uma pretensão de salvar o mundo, não só por si próprios, mas por um amor pela humanidade. Hoje, eu vou apontar especificamente Seraphina, do livro de mesmo nome escrito por Rachel Hartman, porque eu não perco a oportunidade de dar biscoito para esse livro. Seraphina é uma heroína brilhante: é esperta e gentil, além de deliciosamente humana, real. A trama gira em torno de uma guerra entre dragões e humanos, com uma construção perfeita de um mundo com suas mitologias e religiões próprias, onde temos Seraphina, que é metade dragão, metade humana, e tem poderes mentais, que lhe dá uma curiosidade para conhecer as pessoas aparentemente aleatórias que aparecem em sua mente, as quais reuniu em um jardim.
E por hoje, é só! Feliz dia dos namorados adiantado, aproveite o domingo com a pessoa que você namora, se você é solteire, leia um bom livro (ou se junte a mim na reflexão sobre o que é amor próprio) e nos vemos de novo quarta que vem ♥
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